Tradição religiosa existe há 54 anos e vai continuar na Bagaginha em Estrela do Sul
Todos os anos, desde 1970, na Bagaginha, em Estrela do Sul uma família monta no início de dezembro um presépio de Natal para saudar o nascimento de Jesus Cristo no dia 25. A montagem dessa cena artístico-religiosa, muito significativa para os católicos, se repete há 54 anos para saudar a vinda do Salvador e para receber a visita da Folia de Reis que realiza sua peregrinação até 6 de janeiro.
Esse presépio é montado na casa de Dona Geralda de Sousa Dias, a Tia Nega como é conhecida, e mãe dos Irmãos Rosa, conhecidos por serem expoentes da Cultura e da História estrelassulense. A representação atrai a atenção de muitos parentes dela e de moradores pela simplicidade da montagem como pela riqueza das esculturas de terracota pura, hoje muito rara nos cenários religiosos.
Segundo contava o professor e historiador Mário Lúcio Rosa, um dos filhos de Dona Geralda, quem presenteou a família com o presépio, em meados de 1970, foi a professora Dona Zani Martins Teixeira, esposa do então subgerente do Banco do Brasil na cidade, Antônio Lúcio Teixeira. Desde aquela época, quem montava o presídio para Dona Geralda era o professor, falecido no ano passado.
O historiador gostava de lembrar que o Almir, outro dos irmãos Rosa, que é hoje professor titular de Cinema e TV da USP, em São Paulo, era quem buscava a água na mina do Quilombo para a família Teixeira beber e em troca desse serviço – andava mais de um quilômetro com a vasilha cheia d´água na cabeça – ganhava um dinheirinho para ajudar Dona Geralda nas despesas domiciliares.
Ao saber que na casa daquele menino franzino não tinha presépio e querendo comprar um novo, ela lhe deu o dela de presente, numa caixa de papelão com amarras de cordão. Almir andou quase um quilômetro carregando aquele peso e chegou em casa todo feliz. Dona Geralda e os filhos ficaram maravilhados com a gentileza e naquele mesmo dia o montaram e começaram então a tradição.
Mário Lúcio Rosa faleceu no dia 13 de abril de 2023, Dona Geralda tem 92 anos e está com demência avançada, mas a tradição não parou. Desde o ano passado, quem se incumbiu de continuar a missão que era de seu irmão, foi o caçula, o jornalista Pedro Divino Rosa, o Pedro Popó, que conta sempre com a colaboração das crianças Mateus e Laís, netos da Reni, cuidadora da matriarca.
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